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Características da bioimpedância no emagrecimento

Estimar a quantidade de gordura no corpo é essencial para entender o risco cardiovascular e metabólico, bem como entender a possível realocação de gordura durante o emagrecimento.


Acredito que seja indiscutível a preservação da massa muscular como meta, durante o emagrecimento, tão importante que merece outro post só para esse tema.


A questão que permanece é: qual a melhor forma de avaliar e acompanhar o indivíduo com sobrepeso durante o emagrecimento?


Existem algumas opções, umas mais funcionais para clínica e outras mais para pesquisa.


Sem dúvida a bioimpedância (BIO) está entre as preferidas para clínica, acessível e com relatórios atraentes.


Então, onde seria o calcanhar de aquiles da BIO?


O ponto fraco da BIO é que ela assume uma composição uniforme para a massa livre de gordura (MLG), independente da variação do total de líquido, massa óssea e massa proteica (componentes da MLG).


Isso não invalida a BIO, essa é uma limitação deste método, assim como outros métodos possuem outras limitações.


Ironicamente, a meu ver, o ponto crítico é que seus algoritmos não consideram a população com sobrepeso/obesidade. Essa composição uniforme de hidratação do músculo é uma fração fixa de 72-73% dele.


Acontece que essa proporção é diferente na situação de sobrepeso/obesidade, partindo de 77%.


No curto prazo essa diferença pode ser o ponto de desânimo do seu cliente.


Esse erro é apenas na identificação (1o avaliação). No monitoramento dos resultados você terá erro sobre erro.


A coisa fica mais séria quando notamos que dinâmica de emagrecimento do obeso é diferente. Alguns autores recrutaram 50 voluntários com IMC ~37,8 kg/m2 para um programa de emagrecimento de 6 meses.


Compararam 3 métodos (DEXA, BIO e pletismografia) ao método ouro, chamado análise de 4 compartimentos (C4) (em outro post explicarei mais ele).


Em média, a BIO subestimou a massa gorda em 2kg e superestimou a MLG em 1,8 kg. Após os 6 meses, subestimou a perda de gordura em 1,62 kg e superestimou a perda de MLG em 1,80 kg (Figura abaixo).


Erro em cima do erro!


Abaixo a acurácia da BIO (e outros) em comparação com o método ouro (C4). Quanto mais as barras estiverem concentradas próximas à linha que divide o quadro, maior é a acurácia em comparação com o C4.



Acurácia em determinar a massa de gordura








Acurácia em determinar a mudança da massa de gordura após 6 meses







BOD - Pletismografia; C3 - Modelo de 3 compartimentos; DXA - DEXA; BIA - Bioimpedância


Durante o emagrecimento, a hidratação da MLG diminui quando o peso diminui, por si só, isso invalida os resultados obtidos pela BIO sozinha, pois ela se baseia em uma hidratação fixa para MLG como vimos acima.


Esse é o motivo para a BIO não ser recomendado para comparação de períodos curtos (sim, 6 meses é curto para o emagrecimento saudável de pessoas com obesidade)


Por isso, acreditamos no acompanhamento sistemático do cliente-paciente, então você saberá o momento ideal para refazer BIO.


TUDO PENSANDO EM MOTIVAÇÃO!


Qualquer uma dessas alterações é refletida no peso, por isso a inteligência artificial do Sinque pode ser uma excelente opção para o acompanhamento semana a semana.


Veja, você não precisa se preocupar com a perda acentuada da massa muscular neste momento


Se você é um Sinquer:


1° - Já sabe que exercício físico é fundamental para o emagrecimento (veja post sobre massa magra).


2° - Já sabe que a estratégia mais adequada para a aderência é a menos radical. Isso quer dizer que restrição calórica tem pouca ou nenhuma chance de sucesso no longo prazo.


E VOCÊ, JÁ É UM SINQUER?


ENTÃO VENHA FAZER PARTE DESSA TRIBO QUE COMPARTILHA CIÊNCIA DA MUDANÇA E TECNOLOGIA PARA UM MUNDO MAIS SAUDÁVEL


Referências

Louise Becroft (2018). Validity of multi-frequency bioelectric impedance methods to measure body composition in obese patients: a systematic review. doi: https://doi.org/10.1038/s41366-018-0285-9


Ritz P (2007). Comparison of different methods to assess body composition of weight loss in obese and diabetic patients. Diabetes Reseac and Clinica Pratice doi:10.1016/j.diabres.2007.01.007

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